HARRISON FORD

ELE JÁ ABATEU NAVES ESPACIAIS, CORREU EM BUSCA DA ARCA PERDIDA E TORNOU-SE UM CAÇADOR DE ANDRÓIDES. MAS A LUTA NÃO SE DEU APENAS NAS TELAS.

Durante sua infância, em Chicago, em suas brincadeiras de baisebol e em alguns momentos de solidão, Ford ainda não tinha em mente a idéia de, mais tarde, ser ator de cinema.

Harrison nasceu em 13 de julho de 1942, sendo filho de uma mãe católica irlandesa e de um pai judaico russo. Foi um solitário, mas não mostrava nenhuma característica especial de um solitário. Em seus anos de estudos, ainda não estava decidido a seguir a carreira artística. Mas essa decisão não lhe ocorreu muito tarde. Estudou três anos inglês e filosofia no Ripon College, em Wisconsin do Norte. Rapidamente, Ford casou-se com sua colega Mary. Trabalhou em duas peças teatrais de sua escola.

Foi ao estado da Califórnia, mais precisamente a Laguna Beach, onde participou de outra peça, até que o programa de novos talentos da Columbia o encontrasse e o mandasse falar com o chefe do estúdio. Nessa época, Hollywood utilizava rapazes jovens e de boa aparência para fazerem pontas em alguns filmes. Depois de contratado, comprou uma casa próxima ao Hollywood Bowl.

Sua primeira aparição nas telas foi como um criado de hotel em O Ladrão Conquistador (Dead Heath on a Merry-Go-Round, 1966). Após o descontentamento do presidente da Columbia em relação ao seu papel neste filme, trabalhou ainda em 1967 no filme Essa Coisa, o Amor (Luv). Mas, de tão insignificante que foi o papel, o seu nome nem constava da lista do elenco do filme. No mesmo ano, fez o papel de um jovem oficial ao lado de Glenn Ford e George Hamilton num filme de guerra chamado A Grande Cilada (The Long Ride Home). Como não conseguira ser reconhecido e por estar cansado das reclamações dos patrões na Columbia resolve sair de lá e entra para a Universal, onde começa a trabalhar em telefilmes como O Homem de Virgínia (The Virginian), The FBI, Gunsmoke (incluindo os episódios The Sodbusters e Weeland’s Men) e Ironside.

Retorna ao cinema no papel de Willie Bill Bearden, no filme Journey to Shiloh. Bearden é um jovem texano que parte de seu lar com seus amigos, à procura de aventuras e então se alistam no Exército Confederado. Assim, acabam se deparando com a realidade do horror da guerra em Shiloh. Em Zambriskie Point (1969) fez novamente uma parte insignificante, além de ter algumas de suas cenas cortadas. Contudo, o filme não fez nenhum sucesso e não prejudicou muito a carreira do ator. Ford retorna à Columbia e trabalha em À Procura da Verdade (Getting Straight, 1970).

Vendo novamente que seus papéis se tornavam cada vez menores, Ford abandonou por algum tempo o trabalho artístico para se dedicar à carpintaria. Neste período sofreu um acidente de carro, ficando com uma cicatriz abaixo dos lábios.

Quando aguardava a chegada de seu segundo filho (Ben), Fred Roos, um amigo, estava distribuindo papéis para um filme de George Lucas e lhe disse que deveria entrar para este elenco. O filme se chamava Loucuras de Verão (American Graffiti, 1970), e Ford interpretava Bob Falfa, um “cow-boy” cheio de namoradas e corredor de rachas com automóveis. Ford é cortado novamente quando Bob Falfa canta a canção Some Encanted Evening to Laurie (por causa de os compositores da música, Rogers e Hammerstein, cobrarem muito pelos direitos de incluí-la no filme).

Em 1974, entrou para o elenco de um filme de Francis Ford Coppola chamado A Conversação (The Conversation), novamente graças ao seu amigo Fred Roos. Aqui ele faz o papel de um jovem mau-caráter, Martin Stett, que trabalha como um assistente em uma grande corporação. Porém, Ford ainda passa despercebido pela crítica, neste papel.

Mais tarde, trabalhou em Apocalipse Now, também de Coppola, Comando Dez de Navarone (Force Tem from Navarone), Amor em Chamas (Hanover Street), O Rabino e o Pistoleiro (The Frisco Kid), no episódio Heroes do telefilme O Julgamento do Tenente Calley e na tele-série Dinastia, onde teve um papel mais importante.

Depois, o diretor George Lucas finaliza um negócio com a Twentieth Century-Fox para fazer Guerra nas Estrelas (Star Wars). Fred Roos, mais uma vez, convence Lucas a contratar Ford para um de seus filmes, apesar de o diretor não querer incluir atores que já trabalharam com ele em Loucuras de Verão. Neste filme – assim como nas continuações, O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi) – ele interpreta Han Solo, um dos papéis mais importantes de sua carreira.

Em 1981, torna-se o aventureiro Indiana Jones em Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark). Antes de trabalhar no último episódio de Star Wars, Ford ganha o papel principal em Caçador de Andróides (Blade Runner, 1982), tornando-se Deckard, um policial do século 21. Finalmente, interpreta mais uma vez o papel do arqueólogo-aventureiro em Indiana Jones no Templo da Perdição (Indiana Jones in the Temple of Doom).

Depois de quinze anos ao lado de Mary, Harrison Ford se separa e casa-se com Melissa Mathison em 1983. Melissa tornou-se famosa como roteirista do filme E. T. – o Extra-Terreste.

Agora, em 1985, trabalha em A Testemunha (Witness), fazendo o papel de John Book, um policial que investiga um caso de assassinato, cuja testemunha é um garoto de oito anos.

Texto publicado no CINE FANZINE nº. 1, lançado no início de 1986.

AGUARDEM A INCLUSÃO DOS TEXTOS DO FANZINE

Conteúdo original da época do lançamento dos fanzines.